Sinopse:
O bafo cruel e impiedoso do Inverno já se sente. Quando Jon Snow consegue regressar à Muralha, perseguido pelos antigos companheiros do Povo Livre, não sabe o que irá encontrar nem como será recebido pelos seus irmãos da Patrulha da Noite. Só tem uma certeza: há coisas bem piores do que a hoste de selvagens a aproximarem-se pela floresta assombrada.
O Jovem Lobo também está em viagem, na companhia da mão e do tio, numa tentativa de reconquistar duas coisas fundamentais para os Stark: a aliança da Casa Frey e o Norte. A primeira parece bem encaminhada, mas é sabido como o velho Walder Frey é traiçoeiro. Quanto à segunda, é uma incógnita, pois a tarefa que lhe cabe é quase impossível: conquistar Fosso Cailin a partir do sul.
Em Porto Real, há dois casamentos em perspectiva, qual deles o mais importante para o destino dos Sete Reinos. Mas quem sabe o que os caprichos do destino têm reservado para os noivos? Jaime Lannister, agora mutilado, regressa para junto dos seus sem saber o que o aguarda. E do outro lado do mar, o poder dos dragões renasce, com Daenerys à cabeça de uma hoste de eunucos treinados para a guerra e finalmente rodeada de amigos. Mas serão esses amigos... dignos de confiança?
Opinião:
Acabei de ler a última página deste fantástico espécime da literatura fantástica. E meu Deus! O que acabou de acontecer neste livro?! Será impossível escrever uma opinião deste livro sem spoilers, por isso considerem-se desde já avisados. Este livro foi uma avalanche de surpresas, desde mortes de personagens importantes a revelações do jogo dos tronos em Westeros. Farei então um não muito breve resumo, darei a minha opinião e farei algumas citações.
Nas Cidades Livres, Daenerys continua a conquistar cidade após cidade. Mas como nem tudo são águas de rosas, pelo menos quando o escritor é Martin, descobre que o misterioso Arstan Barba-Branca é nada mais do que Sor Barristan Selmy, antigo comandante da Guarda Real de Joffrey despedido pelo mesmo. Sor Barristan que tinha servido o pai de Daenerys, o Rei Aerys, e tinha passado, aquando a sua morte, para o lado de Robert Baratheon. Com esta revelação, vem também a de que Sor Jorah Mormont tinha traído Daenerys passando informação ao Usurpador. Com o desenrolar do livro Sor Barristan é perdoado e ajuramenta a sua espada à Mãe dos Dragões, infelizmente Sor Jorah não tem a mesma sorte e é banido da presença de Daenerys. Fiquei surpresa com a revelação de Arstan, mas fiquei triste que Sor Jorah tenha que deixar Daenerys. Já devia de saber que não existe espaço para casais felizes no mundo de Martin mas a esperança é sempre a última a morrer.
Edmure Tully está prometido a Roslin Frey, uma forma de apaziguar a traição de Robb, ao casar com Jenny quando estava prometido a uma Frey. As preocupações de Edmure resumem-se à beleza da sua futura esposa, mas depressa terminarão. Os Frey, com ajuda dos Bolton e incentivo dos Lannister, transformam o Casamento numa chacina, matando o Rei Robb, a sua mãe, o Vento Cinzento e provavelmente todos os seus aliados como Jon Umber (o Grande-Jon). Esta cena, do Casamento Vermelho, é sem duvida a mais marcante até agora, e imagino que seja muito difícil de superar nos próximos livros. Parecia que estava finalmente tudo a correr bem para Robb, tinha planos para reconquistar o Norte, que muito provavelmente funcionariam, voltaria a estabelecer a aliança com os Frey e então taram!... Martin sempre a surpreender, com uma descrição assombrante.
Enquanto isso, outro casamento terá lugar em Porto Real, e tal como o nome da cidade, será o Casamento Real, entre Joffrey e Margaery. Com tudo a que tem direito, afinal Cersei deseja o melhor para o seu querido filho. E o que haveria de ser mais resplandecente do que uma morte no próprio dia do casamento? Não consigo imaginar nada mais Real para o grande monstro do Rei Joffrey. Tudo leva a entender que o rei estava a sufocar com tarte de pombo, quando Cersei diz que o seu amado filho tinha sido envenenado. E acusa o seu irmão Tyrion (que espanto) juntamente com a sua esposa Sansa. Esta já tinha saído do Salão Principal para se encontrar com o bobo, Sor Dontos, aquele que a ia levar para casa. Mas parece que ele estava a ser pago por Petyr. Assim, Petyr mata-o e ruma com Sansa para o Ninho de Águia, lugar onde supostamente já se encontrava. Tyrion, pouco afortunado desde que nasceu, é capturado. O seu julgamento é mais para cumprir as regras do que para averiguar se é inocente, toda a gente acredita na sua culpa, Shae inclusive testemunha contra ele e envergonha-o dizendo que ele a obrigava a chamá-lo de “o meu grande gigante Lannister”. O Príncipe Oberyn, Víbora Negra, de Dorne, oferece-se para ser o campeão de Tyrion num julgamento por batalha, defrontando assim a Montanha. Esta oferta é feita com o intuito de matar Gregor Clegane e vingar a morte da sua irmã, Elia, casada com Rhaegar. Quando a batalha parece ganha pela Víbora a Montanha inverte os papéis e ganha a batalha, embora fique gravemente ferido, o que provavelmente levará à sua morte. Tyrion é então condenado à morte. Jaime que tinha chegado a Porto Real dias depois da morte do Rei, seu filho e sobrinho, aquele que afinal tentou matar Bran quando este se encontrava em coma, salva Tyrion. Jaime revela também a Tyrion que a sua primeira esposa, Tysha, afinal não tinha sido uma rameira paga por ele, tudo não passava de uma mentira inventada pelo pai de ambos. Tyrion antes de fugir dirige-se à Torre da Mão (pela mesma passagem secreta usada por Shae, quando o visitava, Shae essa que está na cama do pai quando lá chega). O matriarca dos Lannister acaba morto na casa de banho, com uma seta nos intestinos, disparada pelo seu filho. Adorei esta cena, e ri-me imenso com esta passagem: “A prova foi o súbito fedor, quando as tripas se lhe soltaram no momento da morte. Bem, estava no sitio certo, pensou Tyrion. Mas o fedor que encheu a latrina forneceu ampla evidencia de que o frequentemente repetido gracejo acerca do seu pai era apenas mais uma mentira. No fim de contas, o Lorde Tywin Lannister não cagava ouro.” Era uma personagem que servia para meter alguma ordem na cabeça do neto, mas uma vez que este também deixou de existir...
Sansa e Petyr chegam ao Ninho de Águia, este último casa-se com Lysa Arryn e Sansa fica prometida ao pequeno e deveras irritante Lorde Robert. Petyr tenta seduzir Sansa beijando-a, mas Lysa assiste. Esta confronta-a e exige que ela admita que está a tentar roubar Petyr tal como a sua mãe, acabando por confessar que foi ela que envenenou o seu marido Jon Arryn, sob ordens do seu amado Petyr, e que enviou a carta acusando os Lannister. Petyr acaba por atirar a sua recente esposa pela Porta da Lua, parece que o amor não era correspondido:
“- Minha querida, pateta, ciumenta esposa – disse ele com um risinho. - Eu só amei uma mulher garanto-te.
Lysa Arryn fez um sorriso trémulo.
- Só uma? Oh, Petyr, juras? Só uma?
- Só a Cat – e deu-lhe um curto e forte empurrão.
Lysa tropeçou para trás, com os pés a escorregar no mármore húmido. E depois desapareceu. Não chegou a gritar. Durante o mais longo dos momentos, nao se ouviu som algum a não ser o vento.”
Esta é uma passagem que também gostei bastante. O Petyr é uma personagem que começo a gostar pela sua dissimulação, inteligência, manipulação, mas cada vez que isso acontece penso que foi ele que entregou o Ned e odeio-o novamente. É sem duvida um dos melhores jogadores deste jogo que é o dos Tronos.
Na Muralha, Jon consegue chegar a Castelo Negro. Os Irmãos da Patrulha da Noite são atacados pelos selvagens, primeiro por Sul e por fim, por Norte. Nesta última investida chega uma ajuda inesperada, o Rei Stannis. Após a vitória e a captura de Mance é necessário eleger um novo Comandante, com a ajuda de Sam, Jon é o escolhido. É uma parte da história que cada vez vem a despertar mais a minha atenção e interesse, acredito que o Jon não vá ter uma fácil aceitação por alguns dos seus Irmãos e pelo Rei que tinha outros planos para ele.
Neste livro também somos informados que Balon Greyjoy morreu, provocando problemas na sucessão. É um dos Sete Reinos que eu gostava de também estar a acompanhar, mas que não teve grande relevo neste livro, para não dizer nenhum.
No geral, foi um livro Magnifico, Martin é um escritor incontornável da fantasia e como se já não o soubesse, cada vez me dá mais provas disso. Sem dúvida nenhuma o número 1 do meu top de livros e escritores.